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A Universidade de São Paulo (USP) deu um passo pioneiro ao inaugurar a primeira planta mundial de produção de hidrogênio renovável a partir do etanol. A estação, localizada no campus Butantã, na capital paulista, foi anunciada pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior durante a Conferência de Pesquisa e Inovação em Transição Energética (ETRI) 2024, promovida pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI). Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e da Shell, o projeto envolve inovação tecnológica e sustentabilidade, propondo um modelo que pode transformar o setor energético e reduzir a pegada de carbono no Brasil.
O hidrogênio produzido será utilizado para abastecer três ônibus urbanos que circularão pelo campus da USP e um ônibus rodoviário, com autonomia de até 450 quilômetros. Para o diretor do RCGI, Julio Meneghini, a planta-piloto oferece um modelo viável e sustentável que pode levar a uma economia de baixo carbono no transporte coletivo.
Tecnologia Inovadora: Conversão de Hidrogênio a Partir de Etanol
A planta utiliza tecnologia de conversão de hidrogênio a partir do etanol desenvolvida pela startup paulista Hytron, com o apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP. O processo ocorre em um reator denominado reformador, no qual etanol e água são aquecidos a 750°C, resultando na quebra das moléculas de etanol e na produção de hidrogênio e monóxido de carbono biogênico. Cada quilograma de hidrogênio gerado consome aproximadamente sete litros de etanol, e a produção utiliza energia elétrica de 2,5 kWh para manter os sistemas funcionando.
O hidrogênio gerado passa por um processo de purificação em cilindros, onde são eliminados resíduos de CO, CO₂ e metano, até atingir a pureza necessária de 99,999% para uso nos ônibus e no automóvel Toyota Mirai, cedido para testes. Este veículo, que opera com célula a combustível, converte hidrogênio e oxigênio em eletricidade para alimentar seu motor, destacando-se como o primeiro carro comercializado em larga escala a operar inteiramente a hidrogênio.
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Um Passo Importante na Transição Energética e no Combate às Mudanças Climáticas
Além do avanço tecnológico, o projeto da USP alinha-se aos compromissos globais de redução das emissões de carbono. Durante a ETRI 2024, Karen Mascarenhas, coordenadora do evento, destacou que o objetivo da conferência foi unir esforços da academia, da indústria e do governo para promover uma transição energética sustentável e equitativa. Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, também enfatizou a importância do projeto e o compromisso da instituição com a pauta ambiental, ressaltando iniciativas como os programas estratégicos BIOTA, BIOEN e o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), que buscam soluções para a emergência climática há mais de duas décadas.
Esse projeto da USP, ao combinar uma fonte de energia renovável com uma tecnologia de purificação avançada, oferece um caminho promissor para a implementação de soluções de hidrogênio no Brasil. Mais do que um avanço para a universidade, a planta de conversão de hidrogênio a partir de etanol pode transformar a indústria de combustíveis no país, levando-o a uma posição de vanguarda na transição para uma economia de baixo carbono.
REDAÇÃO RADARH2
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