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Não é que devamos sentar e respirar aliviados, deixando de trabalhar, principalmente em educação e campanhas de conscientização sobre a necessidade de obtenção de substancial redução nas emissões antropogênicas de GEE, mas o paper produzido pelo Professor Angelo Gurgel e colegas do MIT Center for Sustainability Science and Strategy com a colaboração de estrategistas da Shell, traz à luz dados valiosos e informações compiladas de fontes de alta credibilidade dando conta que o mundo ainda dispõe de ampla área de terra que pode ser utilizada tanto para a produção de alimentos como de bioenergia e energias de fontes renováveis.
No Brasil, ainda que melhores práticas sustentáveis e combate a queimadas e desmatamento ilegal sejam sempre necessárias e benvindas, é preciso permanecermos atentos com relação aos alarmismos de que o uso da terra pela atividade agropecuária resulte em ameaças ao suprimento alimentar e geração de energia. Movimentos protecionistas de produtores de jurisdições competidoras devem ser analisados com a devida parcimônia.
Soluções Baseadas na Natureza (NBS) como Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS) são várias vezes mencionadas e recomendadas no documento. O que a nosso ver coloca o Brasil em posição de vanguarda no cenário internacional, dado as boas práticas cada vez mais adotadas pelo nosso Agronegócio como aumento da produtividade por hectare ocupado, múltiplas safras, tecnologia de melhoramento de sementes, investimentos e pesquisas da Embrapa, etc.
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É relevante observar que a publicação científica do link se baseia em modelos computacionais do MIT, mas também nas contribuições da IEA, IPCC, BNEF e do Sky 2050 Scenario, da Equipe de Cenários da Shell. Em mais uma evidência de que temas dessa complexidade exigem grande colaboração entre Academia, Governos, Instituições Multilaterais e do setor privado.
A importância do assunto para nós é que em 2020, segundo o relatório de fevereiro 2023 “Neutralidade de Carbono até 2050: Cenários para uma transição eficiente no Brasil”, no contexto do Programa de Transição Energética do CEBRI, EPE, BID e Cenergia, emitimos 2.16 bilhões de tCO2eq, estando entre os principais emissores globais. No entando, nossas emissões não estão concentradas no setor de energia (em que a presença de renováveis é de quase 50% da matriz), mas nas mudanças no uso da terra, como desmatamento e agropecuária que representam 73% das emissões do país, enquanto no mundo é o setor energético que acarreta 76% das emissões.
Recomendamos o estudo:
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Sobre o autor do comentário:
Carlos Peixoto é cofundador e CEO da H2helium, consultoria dedicada aos mercados de energias renováveis e Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono. Atualmente está ligado à Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil – Britcham, Associação Comercial do Rio de Janeiro – ACRJ, Associação Brasileira do Hidrogênio – ABH2 e Associação Brasileira de Captura e Armazenamento de Carbono – CCS Brasil.
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