![Global Hydrogen Review 2024](https://static.wixstatic.com/media/d0146c_3f1dfa3c7e5a4c42bb988256c051030e~mv2.png/v1/fill/w_980,h_980,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/d0146c_3f1dfa3c7e5a4c42bb988256c051030e~mv2.png)
O Global Hydrogen Review 2024 revela um panorama complexo e cheio de oportunidades para o setor de hidrogênio, destacando os avanços tecnológicos, o crescimento da demanda e os desafios enfrentados por países e regiões ao redor do mundo. À medida que governos e empresas buscam soluções para descarbonizar suas economias, o hidrogênio de baixa emissão surge como uma peça-chave na transição energética, mas ainda depende de uma série de fatores para se consolidar como alternativa viável e economicamente competitiva.
Crescimento da Demanda e Projetos em Expansão
Em 2023, a demanda global por hidrogênio atingiu 97 milhões de toneladas (Mt), um aumento de 2,5% em relação ao ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado, em grande parte, pelos setores de refino e química, que continuam sendo os principais consumidores dessa fonte energética. No entanto, a produção de hidrogênio de baixa emissão ainda é marginal, representando menos de 1 Mt. O relatório aponta que, até 2030, a produção desse tipo de hidrogênio poderá alcançar 49 Mt anuais, com grande parte desse aumento sendo impulsionado por projetos de eletrólise. A capacidade global anunciada para eletrólise já soma 520 GW, destacando um crescimento significativo nos projetos que alcançaram a decisão final de investimento, que dobrou para 3,4 Mt anuais. Essa expansão é equilibrada entre tecnologias de eletrólise e processos com captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS).
Inovação e Redução de Custos
Desde 2016, o investimento governamental em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de hidrogênio tem crescido, impulsionando avanços, especialmente na geração de eletricidade e transporte marítimo. Apesar desse progresso, o custo de produção de hidrogênio de baixa emissão permanece elevado. O relatório sugere que, com o avanço da demanda e o desenvolvimento tecnológico, os custos podem cair pela metade até 2030, tornando essa fonte de energia mais competitiva em relação aos combustíveis fósseis tradicionais.
![Global Hydrogen Review 2024](https://static.wixstatic.com/media/d0146c_118efe9d44ca467eb6338d3ac0962dd7~mv2.png/v1/fill/w_980,h_980,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/d0146c_118efe9d44ca467eb6338d3ac0962dd7~mv2.png)
O Protagonismo da China no Mercado de Eletrolisadores
A China, mais uma vez, se destaca como líder global no mercado de eletrolisadores, sendo responsável por 40% das decisões finais de investimento globais em 2024 e concentrando 60% da capacidade de fabricação desses equipamentos. A entrada de grandes fabricantes chineses, que já dominam o mercado de painéis solares, tem contribuído para a redução dos custos dos eletrolisadores, replicando o sucesso visto nas indústrias de energia solar fotovoltaica e baterias. Esse movimento estratégico coloca pressão sobre outras regiões, como Europa e Índia, que também têm investido na expansão de suas capacidades de eletrólise para competir no mercado emergente.
América Latina: Potencial e Desafios para o Hidrogênio de Baixa Emissão
A América Latina surge como uma região de grande potencial para a produção de hidrogênio de baixa emissão, aproveitando seus recursos abundantes de energia renovável e uma matriz elétrica amplamente descarbonizada. De acordo com o relatório, os projetos anunciados até o momento indicam que a região pode alcançar uma produção de mais de 7 Mt anuais até 2030. Contudo, para realizar esse potencial, será necessário um aumento substancial na capacidade de geração elétrica e investimentos robustos em infraestrutura, especialmente em linhas de transmissão.
No Brasil, a Petrobras definiu o objetivo de reduzir suas emissões em 30% até 2030 com base em 2019, além de incluir em seu planejamento 300 milhões de dólares de investimentos em CCUS. A empresa também declarou investimento de 1 bilhão de dólares num fundo para redução de emissões do escopo 1 e 2. Além disso, está incrementando (de 15% em 2024 para 30% em 2028) seus investimentos em PDI em tecnologias de baixa emissão e deu um importante passo ao se associar à Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), sinalizando seu compromisso com o desenvolvimento do setor. O relatório ressalta a pesquisa de hidrogênio natural em Maricá, conduzida pelo LabH2 da Coppe/UFRJ e indica que o país demonstra capacidade para integrar tecnologias de ponta para fomentar uma produção sustentável, posicionando-se como líder regional na transição energética.
![Global Hydrogen Review 2024](https://static.wixstatic.com/media/d0146c_ba40b0c097bf43d7aad3cef8167f9955~mv2.png/v1/fill/w_980,h_980,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/d0146c_ba40b0c097bf43d7aad3cef8167f9955~mv2.png)
O que vem pela frente: Desafios e Oportunidades
O futuro do hidrogênio de baixa emissão dependerá de um esforço coordenado entre governos, empresas e consumidores. Para estimular mercados locais e regionais, os governos precisam aproveitar os centros industriais como hubs de demanda e aplicar políticas como cotas e contratos de diferença de carbono. Além disso, a contratação pública de produtos finais que utilizem hidrogênio de baixas emissões pode ser um passo crucial para acelerar a adoção inicial dessa tecnologia. No entanto, para que essa estratégia funcione, é necessário que empresas e consumidores estejam dispostos a pagar um prêmio, mesmo que modesto, por produtos sustentáveis.
Comments